
ANDREA BARBOUR
Artista visual e do corpo, graduada em Gestão Ambiental pela Universidade de São Paulo (2013) e em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de SP (2008), pesquisadora das práticas performativas com 18 anos de trajetória profissional. Impulsionada pelas poéticas do corpo e da natureza, utilizo meu próprio corpo como meio e suporte para dar vida a criações que evocam parentescos com não humanos, tecendo relações de significância multiespécie. Minhas obras possuem uma abordagem eco-artística e se manifesta em diferentes suportes e técnicas como fotografia, dança, performance, instalação, cenografia, vídeo-dança/performance e direção de arte.
Essa investigação se nutre do diálogo com diferentes biomas e se desenvolve, sobretudo, por meio de residências artísticas que proporcionaram imersões fundamentais para o aprofundamento da relação entre ecologia e corporeidade, explorando as conexões entre territórios, saberes tradicionais e a preservação ambiental.
São elas:
2018_"Ressonâncias da Dança", Chapada dos Veadeiros, Goiás (Cerrado),
2018 _"Entre Serras", no Vale do Matutu, Minas Gerais (Mata Atlântica),
2022_"Residência Artística em Performance", Vale do Ribeira, SP (Litoral Mata Atlântica),
2024_"LabVerde", em Manaus (Amazônia), e
2025_"Residência Capivara", na Serra da Capivara, Piauí (Caatinga).
Minha formação em Gestão Ambiental me possibilitou experiências vividas em contextos socioculturais diversos, marcados tanto por resistências territoriais quanto por práticas regenerativas. Estas vivências expandiram sua percepção sobre a urgência de reposicionar o corpo como um agente de aliança com territórios vivos, desafiando as gramáticas coloniais que segregam natureza, cultura e ancestralidade. Em suas criações, prioriza os encontros entre práticas comunitárias e artísticas, explorando as ecologias relacionais que ultrapassam perspectivas antropocêntricas.
O primeiro passo firme dessa pesquisa foi em 2013 com a monografia “NARRATIVAS ECO-ARTÍSTICAS: Uma análise da relação entre arte e educação ambiental a partir da história de vida de educadores”, e que abriu as portas da relação entre arte e meio ambiente na carreira acadêmica. A partir deste momento entendi que seria possível colocar em diálogo ambas as esferas e as obras produzidas na Belas Artes passaram a dar suporte para as pesquisas praticas.
Inspirada por essa investigação desenvolvi uma pesquisa corporal artística que fomenta a construção de uma apreciação e um senso de encorajamento do pensamento e da criatividade no indivíduo, clareando a idéia da interdependência das relações ecológicas e sociais, e da importância de cada elemento do sistema. Desta experiência surgiu a oficina "Corporeidade e Natureza" que já foi ministrada em alguns lugares de São Paulo.
Recentemente um nova pesquisa tem sido acoplada no processo de criação dessas obras: a inserção de biomateriais, como bioplástico, para dar formas mais significativas e estruturadas a essas criações, expandindo a possibilidade de uso dos elementos orgânicos. Sendo assim, essas produções caminham ao encontro de projetos que enriquecem e dimensionam a economia regenerativa emergente, a medida que se utiliza dessas tecnologias verdes de forma colaborativa em prol da resiliência dos ecossistemas.